por Eduardo Selvero Neto
A derrota do Grêmio para o Independiente Santa Fé pode ser abordada de inúmeras maneiras. Podemos procurar culpados, gols perdidos ou falar de arbitragem. Mas me assusta a necessidade de falar sobre atitude. Não esqueci nenhuma letra, infelizmente. Para a aLtitude, o Grêmio se preparou. O que faltou foi atitude mesmo.
Este texto, por incrível que pareça, é inspirado na "corneta" de um colorado. Não é nenhuma celebridade. Apenas um grande amigo que veio me dizer: " - Não podemos aceitar que um clube gaúcho vá até a Colômbia e perca a vaga assim, de graça!". Prontamente respondi: " - É verdade, até o laçador deve estar com vergonha". Entendo que era uma corneta, com o cunho bairrista característico, mas fui obrigado a concordar.
Entretanto, a colocação serviu para me fazer pensar no jogo. Por que ele disse "de graça"? Basta repassar lances do jogo para entender o que ele quis me dizer. Afinal, como se ganha uma partida de futebol sem ao menos tentar? Retórica, então vamos adiante.
Ao longo da preparação, a mídia trazia indícios de um Grêmio diferente. Utilizando expressões como "visitante indigesto", passamos a acreditar que veríamos a mesma equipe que foi ao Engenhão encarar o Fluminense e marcar três vezes. Otimistas, torcedores do tricolor contavam com a lembrança daquele jogo para imaginar que, uma vez adaptados a altitude, aqueles jogadores considerados ideais dominariam o jogo.
E por que não? Afinal, é um sacrilégio futebolístico comparar Santa Fé e Fluminense, por exemplo. Finalmente entramos no assunto atitude. O visitante indigesto, motivado, entrosado e adaptado time do Professor Luxa entrou em campo para não jogar. É muito adjetivo para pouco futebol.
Sejamos justos. Como vamos culpar jogadores que foram orientados a não jogar e apenas destruir ou retardar a partida? Li um texto que apontou Barcos como pior jogador em campo. Mas me parece lógico que um jogador com as características do Pirata não vá bem quando orientado a atuar como volante. Algumas vezes caiu para a esquerda segurando a bola e tentando criar alguma jogada. Me pergunto que instrução fora passada aos volantes, se o "homem gol" da equipe tinha essa missão.
Querendo ou não, ficará a lembrança de uma libertadores medíocre, em que o clube negociou muito, gastou alto e, na hora da verdade, posicionou seus 11 jogadores atrás da linha que divide o campo. Quanto tempo precisaremos para esquecer que Vanderlei Luxemburgo montou o Grêmio para enfrentar o Independiente Santa Fé atacar, como se eles fossem um bicampeão da taça libertadores e o Imortal fosse o humilde time que nunca ganhou um título fora da Colômbia.
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