domingo, 30 de março de 2008

O caso do "Casa"

A revista Placar que chega neste mês de Abril traz uma reportagem contando o paradeiro de Walter Casagrande. O ex-jogador do Corinthians e comentarista da Rede Globo de Televisão está fora do ar à 6 meses. Logo após um acidente de carro em São Paulo, onde o atleta também se envolveu em uma briga, ele foi internado em uma clínica de reabilitação para usuários de drogas. Não tive acesso a reportagem, mas li um resumo e ouvi um podcast na pagina da revista placar, http://placar.abril.com.br/meiocampo/noticias/032008/032008_503238.shtmlhtml, contando algumas coisas sobre a reportagem. Manifestar algo sobre esse assunto é muito complicado, pois envolve doença e família. E o que se espera como ser humano é que ele possa sair recuperado e forte. Não acho que o Casagrande é o Maradona Brasileiro. Mas o histórico dele mesmo como atleta já mostrava também uma tendência ao alcoolismo. Abaixo um texto do editor da revista placar Sérgio Xavier. Agradeço ao amigo Fábio Cruz pela colaboração no conteúdo deste artigo.

A CASA NÃO CAIU, CASÃO
Por Sérgio Xavier

Walter Casagrande Júnior é um fenômeno. Na peneira cruel do futebol, poucos são retidos pelas tramas do sucesso. Casão foi um deles. Conseguiu ser ídolo no gigante Corinthians, para não falar de São Paulo, Porto, Ascoli, Torino e Flamengo. A parada de um craque costuma ser ainda mais ingrata. Geralmente, é ladeira abaixo. Casagrande contrariou a lógica depois de pendurar as chuteiras. Ao se tornar comentarista, ficou ainda maior. Se como jogador foi um dos 20, 30 de seu tempo, como analista de futebol chegou ao topo. Ao lado de Paulo Roberto Falcão, forma a linha de frente da TV Globo.
Só por isso Casagrande já mereceria a atenção especial da Placar. Ele estampou 18 vezes nossa capa. Pelos gols, pelas frases, pelas atitudes. Casagrande contrariava o senso comum. Para ele, tão importante quanto dar alegrias ao torcedor era se posicionar como cidadão. A favor da liberdade, contra a ditadura em que o país ainda estava metido naquele início dos anos 80. Ele foi linha de frente da Democracia Corintiana, o movimento que aboliu a concentração e injetou o debate franco nos vestiários.
O personagem público, no entanto, sempre escondeu as fragilidades do ser humano. Casagrande tentou acomodar em uma mesma carcaça o profissional de futebol e o garoto que queria viver a vida. Treinos nunca combinaram com álcool, baladas, shows de rock e diversão sem limite.
Quando virou comentarista, o caos pessoal se acentuou. Muito dinheiro no bolso, pouca cobrança profissional e uma entourage sempre pronta para apagar os incêndios. Quando se atrasava ou simplesmente faltava aos compromissos, sempre havia um amigo para resolver a parada. Sim, porque Casagrande é, antes de tudo, um sujeito fascinante. Boa conversa, coração grande, caráter enorme. Na Copa de 2002, por exemplo, teria pegado o locutor Galvão Bueno pelo colarinho. O motivo: em um ataque de fúria, Galvão teria tratado mal funcionários da Globo e Casão teria tomado as dores dos subalternos.
O sujeito legal só não era legal com ele mesmo. Mesmo com hepatite, bebia. Perdia peso e a consciência de seus problemas. Estava longe da família, sobretudo dos três filhos. Talvez o capotamento do Cherokee possa ajudar Casagrande a colocar suas rodas no chão. É muito talento para se perder em uma viagem sem rumo e sem sentido.

terça-feira, 18 de março de 2008

O Colecionador

Sempre fui um fracasso como colecionador. Como não gosto de chegar a conclusões negativas, vamos dizer que não tive muita sorte nessa empreitada. Aquela frase “Você só inventa moda e depois desiste” serve perfeitamente no meu caso. Algumas vezes desisti de colecionar algo por falta de grana. Já em outras situações foi a desmotivação mesmo. Começando pelo fim, a minha última tentativa, pelo menos a que me lembro, foi em juntar latinhas de cerveja e refrigerantes. Tinha “trocentas” delas. Se eu tivesse contabilizado o q gastei com o quanto que poderia lucrar com a venda sairia no prejuízo de qualquer forma. Prejuízo? Sim. Para colecionadores isso seria um investimento. No meu caso foi em vão. Quando a minha mãe trocou para outra casa, as latinhas foram colocadas em um saco de lixo para acompanhar a mudança. Pois é, de lá não saíram. A última informação que tive é q elas estão amassadas, dentro do mesmo saco e atiradas em uma dispensa. Se é que a minha querida irmã não tenha pisoteado elas... hehehe... Se isso serve de consolo, só não fico mais consternado, pois, o principal investidor e meu sócio nesta coleção furada foi o meu padrasto.

Outra “moda” que quis inventar foi a de colecionar camisetas de futebol. Nessa situação, o problema para não conquistar êxito foi à falta de grana. Tudo começou com a primeira camiseta que ganhei, ou melhor, com o uniforme completo do Grêmio. Acho que era 1988, porque a camiseta era daquela época. No ano seguinte ganhei a camiseta de goleiro do tricolor. Uma preta e amarela do Mazzaroppi (meu ídolo no gol tricolor) da conquista da copa do Brasil de 89. Depois fiz outras aquisições: Camisetas do Grêmio de (93 e 96); Vasco (93); Santos (94); Palmeiras (94); Seleção Brasileira (94) Kashima Antles (94) Botafogo (96) Cruzeiro (97) e Vélez Sarsfield (99). Ainda troquei uma camisa do São Paulo pela do Mogi mirin. Mais recentemente ganhei duas camisetas do Grêmio, a tricolor do vice de futebol Paulo Pelaipe e a azul celeste do meu amigo jornalista, Farid Germano Filho.

Tiveram ainda os álbuns com figurinhas de futebol. Mas isso será um novo capitulo no próximo mês.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Gessinger: A volta

Uma novidade para os fãs no retorno da turnê dos Engenheiros do Hawai pelo Brasil. Humberto Gessinger volta a tocar Baixo. Com a saída de Bernardo Fonseca, o líder da banda achou melhor voltar. O novo show vai ter dois momentos: Plugado e desplugado. O repertório seguirá explorando o acústico Novos Horizontes. Considero Humberto um dos melhores baixistas do país. Acho apenas que ele vai ficar mais preso, diminuindo a versatilidade e a troca de instrumentos, o que dá mais brilho ao som dos Engenheiros. Na linha grandes baixistas brasileiros incluo Bi Ribeiro (Paralamas do Sucesso); Zé Natálio (Papas da Língua) e Nando Reis (na época do Titãs). Gostava também do estilo do Championg (ex-Charlie Brown jr.)

Mensagem de Humberto no site dos Engenheiros Hawaii sobre a saída de Bernardo Fonseca. “Espero que voltemos a trabalhar juntos um dia, mesmo por que ainda não concordamos se Dançar no Campo Minado é melhor do que Surfar Karmas e DNA. De qualquer forma são dois dos melhores discos enghaw”.

domingo, 9 de março de 2008

De canto e sossegado

Uma das bandas mais criativas dos anos 90 no sul está em processo de longas férias. A Ultramen anunciou a separação após 16 anos de estrada e quatro álbuns. O motivo do “rompimento” não foi nenhuma briga entre os integrantes, mas sim objetivos diferentes. O tal trabalho paralelo à banda. O grupo gravou no último dia 6 no bar opinião em Porto Alegre, um DVD com os sucessos para marcar os clássicos da banda. A Ultramen tem, ou melhor, tinha: Tonho Crocco (vocal), Júlio Porto (guitarra), Pedro Porto (baixo), Zé Darcy (bateria), Marcito (percussão), Malásia (percussão) e DJ Anderson. A grande virtude do grupo é a diversidade de sons. Eles brincam com o rock, rap, soul, samba e o tradicionalista sem agredir os estilos. A mistura criou um som muito legal com letras que expressam as mais diversas situações como: preservação da natureza, o trabalho, crises e dificuldades financeiras e outros temas.
A primeira vez que ouvi a Ultramen foi na rádio Ipanema, 94,9FM Porto Alegre com a música Bico de Luz. O refrão é assim “Te liga bico, bico de luz. Num primeiro instante não chamou muita a atenção. Até porque na época (1996), as minhas canções favoritas que tocavam na rádio eram: Miss Lexotan 6 mg (Júpiter Maça); Bebendo Vinho (Wander Wildner) Sexo, Algemas e Cinta-liga (Tequila Baby); Detetive (Comunidade nin-jitsu); Eu quero mocotó (Professor antena); Little Mother of sky (Pato Fu) e Nunca Diga (Graforréia Xilarmônica)
Só pra lembrar que bico de luz era uma demo que rolava na Ipanema, pois o primeiro disco veio apenas em 98. Depois disso, gravaram os álbuns Olelê (2000); O Incrível Caso da Música que Encolheu e Outras Histórias (2002) e o capa preta (2006). Além disso, a banda gravou o acustico MTV bandas gaúchas(2002) o que foi um grande momento na trajetória da banda. A música “Dívida” foi uma das mais executadas no país. Na gravação do acústico o vocalista do Rappa Falcão participou cantando.
Quando surgiu o disco Olelê comecei a gostar do estilo da banda. Canções como “Preserve”, “Dívida” e “Peleia” se destacam. Dois anos depois, foi lançado O Incrível Caso da Música que Encolheu e Outras Histórias. O título do CD é muito criativo e as músicas bem legais. O samba-rock “Santo Forte” e “Grama Verde” são as minhas favoritas desse disco.
Como é de costume a pergunta fica no ar. Será mesmo o fim da Ultramen? Quando vai acabar as férias prolongadas? A música proporciona muito os encontros e desencontros. Espero que a parceria e a veia criativa da banda não tenha terminado.
O site www.ultramen.com.br disponibiliza o download dos três primeiros álbuns, no link Discografia e várias gravações ao vivo