sábado, 5 de julho de 2008

Roger no Catar

A notícia me pegou de surpresa na sexta-feira. Acho que o jogador fez certo em aceitar uma proposta milionária do futebol do Catar. É a chamada lei de mercado. O profissional atua por quem pagar mais. Isso acontece em todas as profissões, e o futebol deve ser encarado dessa forma também, principalmente pelos dirigentes. Esse tal amor pelo clube é “balela”. È inegável que jogador e torcida se identificaram. Mas ficar no Grêmio até o final do ano recusando a proposta, podia ser um risco de tomar um “ponta-pé na bunda” após o Brasileirão. Era uma possibilidade caso o tricolor não consiga alcançar a vaga à libertadores. E aí, como fica o atleta? A direção iria mandar “bailar” e fica por isso mesmo.
O discurso do presidente do Grêmio Paulo Odone é pra tentar jogar a torcida contra o atleta. Pode se dizer que ira do dirigente é uma hipocrisia. Segundo Odone, Roger é o vilão, pois dizia que amava o Grêmio e mesmo assim foi embora. Agora gostaria de refrescar um pouco a memória de Odone e dos torcedores:
- Hugo De Leon jurou amor eterno quando assumiu o Grêmio em 2005. Como não conseguiu bons resultados foi mandado embora por Odone.
- Mário Sérgio também manifestou o seu “gremismo” e isso não foi o suficiente para deixar ele como diretor técnico do clube
- Mais recentemente Sandro Goiano foi negociado com o Sport sem que ele soubesse ou quisesse sair do Grêmio. Mesmo assim ele foi embora.
- Num passado não muito distante outros ídolos ou gremistas identificados saíram do clube a contra gosto. Foram os casos de Danrlei, Dinho e Luis Carlos Goiano.

Aí pergunto: Quem mandou embora estava errado ou é um anti-gremista? Acho que não. Eles observaram cada situação profissionalmente vendo o melhor pro clube. A situação de Roger deveria ser encarada da mesma forma por Paulo Odone e não com essa falsa dor de cotovelo.

Na real, o contrato de risco firmado no início do ano entre as partes quem tinha mais a perder era o Roger. Ele não vinha bem nos dois últimos anos no Corinthians e no Flamengo. Caso não desse certo o Grêmio podia devolver ao timão sem ônus, e se desse certo, os dois times podiam lucrar. E foi o que aconteceu. Claro que tenho que reconhecer que o trabalho feito no futebol do Grêmio para reabilitar o atleta foi impecável. A possível chegada de Souza e a contratação de Tcheco também podem explicar a saída de Roger. Paulo Odone falou em algo como traição, comparando o “sr. Roger Secco” com Ronaldinho. Acho que são casos bem diferentes, até porque na época a direção gremista tentou renovar contrato com o Gaúcho um ano antes do término e ele pediu para esperar um pouco. Aí o restante da história todos já sabem.

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