sábado, 23 de outubro de 2010

A boa malandragem do Futebol

Renato Portaluppi nasceu na cidade de Guaporé, no Rio Grande do Sul. Mas com o passar dos anos, o Renato Gaúcho poderia ser chamado de Renato Carioca. Apaixonado pelas praias do Rio de janeiro, o maior ídolo do Grêmio, não tem mais aquele sotaque carregado, característico do povo do sul. Pelo contrário, ele ganhou o jeito e a malandragem carioca. Quando era jogador, Renato ganhou fama não só por se destacar nos gramados, também por ser um cara com muito sucesso fora das quatro linhas. Ele sempre esteve acompanhado de belas mulheres e com declarações polêmicas. O tempo passou, e de ídolo gremista se tornou técnico do tricolor Gaúcho. Mais experiente, ele não é mais aquele cara polêmico. Mesmo assim, gosta de arrancar boas risadas nas coletivas de imprensa. Sem “papas na língua”, Renato não costuma ficar “em cima do muro” quando é questionado em algum tema.
Na tradicional coletiva de imprensa, realizada toda a sexta-feira no estádio olímpico, em Porto Alegre, ele mais uma vez deixou uma “pérola” durante as respostas aos jornalistas. Renato foi perguntado sobre os 70 anos do rei Pelé, que são completados neste sábado. Resposta: “Vou contar uma brincadeirinha que fiz uma vez com o Pelé. Eu nem deveria, mas vou contar. Eu estava em um programa de televisão há alguns anos e passaram um gol dele. O Pelé me cutucou e falou: ‘Olha aí, Renato, mais de mil gols’. Eu disse: ‘cada gol seu era uma mulher minha’. Elas por elas. E ele parou em mil e pouco”, disse o técnico, mantendo a fama de conquistador.
A declaração do Renato traz uma coisa boa que está faltando no futebol: Provocação. Quando digo “provocação”, não é aquela maldosa ou violenta e sim o bom humor. Atualmente, criou-se um ranço quando alguém cutuca um clube ou atleta. Virou uma “babaquice” sem tamanho. Recentemente, tivemos uma situação entre os meninos do Santos e o técnico Vanderley Luxemburgo. Ao passar de fase na copa do Brasil, Robinho, Neymar e Ganso cantaram “Hei Vanderley pode esperar a tua hora vai chegar”. A provocação foi bem moleque, mas não foi assim que o Luxemburgo entendeu e criticou os garatos. Ele poderia ter levado a provocação no mesmo estilo, mas preferiu fazer uma tempestade em um copo d’água.No domingo temos mais um clássico Grenal. Sinto saudade daquele período em que os dirigentes gremistas diziam que o Grêmio iria passar a “patrola” no Internacional. Em contrapartida, os dirigentes colorados respondiam que essa “patrola” estava estragada e não saia do lugar. Futebol é isso: arte, alegria e espetáculo. É dessa forma que dirigentes, jogadores e torcedores devem compreender esse esporte que fascina é que cada vez mais encanta espectadores de todo o mundo.

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