Texto escrito por Eduardo Neto
Em São Leopoldo no RS, cidade em que moro, todos os anos é celebrado o aniversário da imigração alemã mais conhecido como “São Leopoldo Fest”. A festa costuma prezar pela culinária, artesanato e outros elementos culturais que caracterizam a região. Os únicos atrativos para pessoas como eu acabam sendo os shows. Bandas nacionais de muito prestígio já estiveram por aqui e, literalmente, fizeram o ginásio municipal balançar. Desta vez, para minha surpresa, o que me chamou mais a atenção no cronograma foi o show dos Paralamas do Sucesso. Eu até já tinha assistido à uma apresentação da banda um bom tempo atrás, antes do acidente do Herbert. O que me surpreendeu na escolha foi o fato de achar que eles andavam um pouco esquecidos pelo público, mesmo que minha opinião seja a de que eles formam uma das melhores bandas em atividade no nosso país.
A noite era fria, do jeito que somente o inverno gaúcho sabe ser. Blusões, casacos, meião de lã, tudo isso para espantar aquela sensação de estar dentro de um frigorífico. Era feriado municipal e, logo, estava em casa aproveitando a folga quando recebo um telefone de minha namorada. “Vamos ao show dos Paralamas hoje?”, dizia ela com o tom de quem realmente queria ir. Mesmo um pouco desencorajado pelo frio, aceitei sem questionar. Afinal, Hebert Viana e Cia. na minha cidade, há três quadras da minha casa e com ingresso barato? Não dava pra perder.
Com ingressos na mão, comprados com uma certa antecedência para evitar fila, chegamos a ficar em dúvida se não estava frio demais para sair de casa. Então criamos a coragem necessária para colocar a quantidade suficiente de blusas e casacos que pudessem despistar o frio. Uma vez que a nova lei de trânsito me impedia de tomar quentão ou o chopp de meus conterrâneos, me contentei com algumas cuias de chimarrão antes de chegarmo até o local do show. Para chegando lá, mais uma surpresa. O show este ano não seria dentro do ginásio municipal, como de costume, mas sim a céu aberto. Sortudos, conseguimos um lugar em frente ao palco e sem obstáculos. Então tivamos uma visão privilegiada da elegância de Herbert. Impecavelmente trajado com um terno preto, gravata escura e camisa clara, o guitarrista usou uma touca de lã preta, combinando com o casaco, para escapar do famigerado frio gaúcho.
Foi um dos melhores shows que já vi aqui em São Leopoldo. Todos os sucessos da banda foram repassados. O líder da banda conversou com o público, apresentou os músicos e falou, sem rodeios que estava alí para curtir tanto quanto nós da platéia. Ele parecia estar em casa. Aliás, isto era refletido não só em sua postura no palco, como também por sua performance como músico.
Este é o momento que posso dizer com mais clareza o que vi. Na música “O Calibre” Herbert Viana faz riffs agressivos na guitarra e canta ao mesmo tempo, com a naturalidade de quem dirige e conversa com o caroneiro. Por sua vez, Bi Ribeiro e Baroni completam a sonoridade de uma banda que poderia ser um trio, sem problema algum. Mas para melhorar a qualidade musical, um tecladista e um naipe de sopro formidável, tocaram novidades, covers e os sucessos que são clássicos da música nacional.
O “bis” foi fantástico. Com os clássicos que ficaram de fora do setlist inicial, a banda fez o público pular e arrancou aplausos de todos, na música “óculos”, quando Herbert cantou: “Em cima destas rodas também bate um corção.”, espero que alguma pessoa da platéia tenha gravado este momento!
Eu gostaria muito que as pessoas que chegaram a dizer que os Paralamas do Sucesso não seriam os mesmos depois do acidente do “Sr. Viana” tivessem assistido este show. Então queria ser eu a primeira pessoa a perguntar: “E aí, o que tu achastes do show?”. Afinal, o Herbert, em sua cadeira de rodas, com muita elegância e sua guitarra no colo, tem mais presença de palco do que muitos músicos profissionais que fazem sucesso por esse Brasil afora.
Em São Leopoldo no RS, cidade em que moro, todos os anos é celebrado o aniversário da imigração alemã mais conhecido como “São Leopoldo Fest”. A festa costuma prezar pela culinária, artesanato e outros elementos culturais que caracterizam a região. Os únicos atrativos para pessoas como eu acabam sendo os shows. Bandas nacionais de muito prestígio já estiveram por aqui e, literalmente, fizeram o ginásio municipal balançar. Desta vez, para minha surpresa, o que me chamou mais a atenção no cronograma foi o show dos Paralamas do Sucesso. Eu até já tinha assistido à uma apresentação da banda um bom tempo atrás, antes do acidente do Herbert. O que me surpreendeu na escolha foi o fato de achar que eles andavam um pouco esquecidos pelo público, mesmo que minha opinião seja a de que eles formam uma das melhores bandas em atividade no nosso país.
A noite era fria, do jeito que somente o inverno gaúcho sabe ser. Blusões, casacos, meião de lã, tudo isso para espantar aquela sensação de estar dentro de um frigorífico. Era feriado municipal e, logo, estava em casa aproveitando a folga quando recebo um telefone de minha namorada. “Vamos ao show dos Paralamas hoje?”, dizia ela com o tom de quem realmente queria ir. Mesmo um pouco desencorajado pelo frio, aceitei sem questionar. Afinal, Hebert Viana e Cia. na minha cidade, há três quadras da minha casa e com ingresso barato? Não dava pra perder.
Com ingressos na mão, comprados com uma certa antecedência para evitar fila, chegamos a ficar em dúvida se não estava frio demais para sair de casa. Então criamos a coragem necessária para colocar a quantidade suficiente de blusas e casacos que pudessem despistar o frio. Uma vez que a nova lei de trânsito me impedia de tomar quentão ou o chopp de meus conterrâneos, me contentei com algumas cuias de chimarrão antes de chegarmo até o local do show. Para chegando lá, mais uma surpresa. O show este ano não seria dentro do ginásio municipal, como de costume, mas sim a céu aberto. Sortudos, conseguimos um lugar em frente ao palco e sem obstáculos. Então tivamos uma visão privilegiada da elegância de Herbert. Impecavelmente trajado com um terno preto, gravata escura e camisa clara, o guitarrista usou uma touca de lã preta, combinando com o casaco, para escapar do famigerado frio gaúcho.
Foi um dos melhores shows que já vi aqui em São Leopoldo. Todos os sucessos da banda foram repassados. O líder da banda conversou com o público, apresentou os músicos e falou, sem rodeios que estava alí para curtir tanto quanto nós da platéia. Ele parecia estar em casa. Aliás, isto era refletido não só em sua postura no palco, como também por sua performance como músico.
Este é o momento que posso dizer com mais clareza o que vi. Na música “O Calibre” Herbert Viana faz riffs agressivos na guitarra e canta ao mesmo tempo, com a naturalidade de quem dirige e conversa com o caroneiro. Por sua vez, Bi Ribeiro e Baroni completam a sonoridade de uma banda que poderia ser um trio, sem problema algum. Mas para melhorar a qualidade musical, um tecladista e um naipe de sopro formidável, tocaram novidades, covers e os sucessos que são clássicos da música nacional.
O “bis” foi fantástico. Com os clássicos que ficaram de fora do setlist inicial, a banda fez o público pular e arrancou aplausos de todos, na música “óculos”, quando Herbert cantou: “Em cima destas rodas também bate um corção.”, espero que alguma pessoa da platéia tenha gravado este momento!
Eu gostaria muito que as pessoas que chegaram a dizer que os Paralamas do Sucesso não seriam os mesmos depois do acidente do “Sr. Viana” tivessem assistido este show. Então queria ser eu a primeira pessoa a perguntar: “E aí, o que tu achastes do show?”. Afinal, o Herbert, em sua cadeira de rodas, com muita elegância e sua guitarra no colo, tem mais presença de palco do que muitos músicos profissionais que fazem sucesso por esse Brasil afora.
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