Sei que a frase título deste artigo é um grande clichê. Mas ela vai nos auxiliar no raciocínio que vem por ai. Alguns exemplos, de um passado recente, podem explicar o que o futuro reserva ao futebol de Brasília. Vamos direto ao fato da semana. O Clube Real Brasil chegou à capital do País apresentando um projeto que prevê uma parceria, a princípio, com o Brazlândia, na formação de novos jogadores e na contratação de um elenco mais forte para as próximas disputas. A proposta parece tentadora, mas ela mal foi apresentada e já surgem os primeiros problemas. Declarações de ex-parceiros e jogadores que participaram do “mundo encantado” do Clube Real Brasil colocam em xeque a idoneidade do trabalho desenvolvido pelo responsável e diretor da marca Aurélio Almeida. As denúncias publicadas no Clube do Esporte são várias, mas não cabe a mim fazer nenhum tipo de julgamento sobre isso e sim a justiça.Vamos adiante, pois, essa história me remete a outras experiências no futebol brasileiro. No ano de 1992, o Palmeiras firmou uma parceria com uma multinacional de laticínios. Estou falando da Parmalat. A relação durou até o ano de 2000. O investimento foi grande, mas valeu à pena. Durante esse período passaram jogadores importantes como Edmundo, Evair, Rivaldo, Cafu, Roberto Carlos, César Sampaio, Djalminha, Luizão, Alex, entre outros. Com a grana o alviverde montou bons times e conquistou vários campeonatos como Brasileirão, Copa do Brasil e a Libertadores da América. Porém, quando a parceria chegou ao fim, logo em seguida veio o calvário. Aí eu remeto novamente a frase título do artigo. O Verdão teve o bônus de uma parceria de sucesso e o ônus com o fim dela. Não passou muito tempo e o Palmeiras, sem dinheiro e sem plantel, fez uma campanha fraca em 2002 e caiu para a série B do Brasileirão. E até hoje tenta solucionar o problema financeiro e partiu para mais um parceiro a Traffic.Vou citar mais dois clubes que tiveram um insucesso após o fim da parceria. O primeiro é o Grêmio. Após conseguir sem dinheiro montar bons times na década de 90 e conquistar também vários títulos, era necessário ganhar mais grana e manter a série de bons resultados. Aí surgiu a grande idéia de uma parceria. Em 2000, foi escolhida a empresa suíça de marketing esportivo ISL. A promessa era montar o time dos sonhos. O tricolor gaúcho repatriou Paulo Nunes, trouxe o meia Zinho, os argentinos Amato e Astrada além do técnico Leão, que foi demitido, e logo em seguida assumiu o comando Antônio Lopes. Todas as contratações a peso de ouro. Não passou muito tempo e a empresa pediu falência. Resultado: o Grêmio ficou com todas as dividas para quitar com os atletas. O único bônus desse período foi o título da copa do Brasil de 2001. O Clube já estava sem a parceira, mas conseguiu manter boa parte do elenco. Mas as dívidas foram desmanchando o time que em 2004 caiu para a série B.O último exemplo foi o Corinthians. Um acordo milionário entre o timão e a MSI garantiu ao clube a conquista de 2005 do Brasileirão. No plantel tinha Tevez, Mascherano e Nilmar. Sem contar outros craques. Foram descobertas várias irregularidades. Como o passado de outros clubes não serviu de lição, o coringão também foi ao fundo do poço ao ser rebaixado para a série B.Depois desses fatos históricos faço a pergunta: O que tem a perder o Brazlândia com uma parceria com o clube Real Brasil? Acredito que nada, pelo fato de não ter uma trajetória no futebol tão brilhante quanto os clubes citados. Mesmo assim, é bom alertar para que os mesmos problemas não se repitam e vire caso de polícia como os demais. E aí para explicar para a justiça vai ser mais complicado.
dia 16/Mai/2009 às 09:39
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